segunda-feira, 10 de junho de 2013

Eu reflito você.







"Já vi estrelas demais
e ainda estou sem saber
Se escurecer faz gear
como me faz sofrer..."

Jorge Vercillo - As árvores





Eu perguntei.
Eu me interessei.
Eu implorei. Sem palavras.
Eu me importei várias vezes.
Eu chorei.
Eu quis sabe?

Você me podou e abdicou o direito ao meu amor.  O direito de ser meu referencial. O direito de ser meu. O direito de me chamar de sua.

Sabe que eu tinha o maior orgulho quando você me chamava de sua? Eu me sentia importante!

Em algum momento vi que era quimera. Miragem.

E como bruma era, desvaneceu-se. O sol brilhou. O dia se fez claro, límpido e lindo!

Aí hoje você cobra. Juro que tento, mas tô tão acostumada a manter escondido que agora parece involuntário.

Não é que não te ame.
Não é que não te queira por perto.
Não é que não importe.

É que sou reflexo teu.  E este reflexo... Ficou sem ação. Inerte. Inapto.

Hoje, de verdade, não importa a culpa. O sol brilha. Descanse e viva. aproveite o calor e a luz.

Eu sou um pouco você. Eu sou muito você. Isso é moeda. Ying yang. Cara e coroa. Bom e ruim.

Não jogue sobre mim o teu olhar ressentido e injustiçado.  Olhe pra si. Olhe pra mim. Olhe pra nós.

Comamos a compota do fruto que semeamos outrora. Ônus e bônus. Não há culpa. Só consequências.  Lidemos com elas da melhor maneira possível.


Solto numa manhã modorrenta de junho de 2013.

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